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Peça teclada pelo académico Miguel Castelo Branco
Importante passo para a celebração dos 500 anos de relações entre Portugal e a Tailândia (para ler e ver as imagens clicar http://combustoes.blogspot.com/ )
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Foi com imenso agrado que li a peça escrita pelo académico Miguel Castelo Branco (que não é "peco" a noticiar as actividades da Embaixada de Portugal em Banguecoque) que as celebrações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Reino do Sião vão de vento em popa.
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O Prof. António Vasconcelos, em Banguecoque, no seu seguimento, patriótico, de dar o maior relevo possível à efeméride.
Não sei (pouco interessa) se o Prof. Vasconcelos, está munido de uma credencial do Estado Português para, por sua conta e risco (creio em nome da Universidade Técnica de Lisboa), meter ombros à sua obra, valorosa e patriótica, que contribui para a continuação, secular, do bom relacionamento entre Portugal e a Tailândia.
Me parece, que o Prof. Vasconcelos, sicronizado com o académico Miguel Castelo Branco pretendem dar uma "bofetada" com luva de veludo ao Governo Português e ao Instituto Camões, usando o nome da Universidade Técnica.
Espero que estas movimentações não venham a criar susceptibilidades, entre ele, o Governo Português e a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros.
Conheço o Prof. Vasconcelos há uns anos de quando o Presidente do Instituto Português do Oriente, em Macau e das suas vindas a Banguecoque, como convidado do Embaixador Lima Pimentel, para fazer de corpo presente nos eventos culturais da Embaixada.
Depois partiu de Macau para Lisboa e com ele foram as saudades do Oriente. Bom que tenha voltado e matá-las. É a magia do Oriente, também afectou o Fernão Mendes Pinto, que sentado na margem do Tejo, roidinho de saudades, aguardava a chegada das caravelas, da Índia, para saber coisas da sua Ásia.
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Desejamos ao Prof. Vasconcelos uma excelente estadia em Banguecoque, muitos e produtivos contactos académicos, na capital tailandesa; ao homem de letras e cultura, Miguel Castelo Branco, igualmente, a queimar a pestanas investigando aquilo que outros nunca descobriram, sobre as relações entre Portugal e a Tailândia.
À MARGEM: As celebrações dos 500 anos da chegada dos portugueses à Tailândia e para que tivessem o melhor brilhantismo, foram sugeridas, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em 1999, pelo então chefe de missão o Embaixador Tadeu Soares.
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Vão 11 anos e me parece pouco haja sido feito, pela parte do Governo Português. Mas, por outro lado, o Governo da Tailândia não ignorou a celebração do importante evento e dar-lhe, assim, o devido relevo.
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Entretanto há uns anos começaram a surgir nomes de comissários, para as celebrações pela parte portuguesa. Numa viagem, particular, que efectuou a Banguecoque, o Embaixador Tadeu Soares, disse a alguém que seria ele o Comissário para a celebrações.
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O assunto ficou calado até que em fins de Janeiro do ano de 2008. Veio a Banguecoque uma senhora da Fundação Gulbenkian, acompanhada de uma estudiosa, arqueológa, e competente, Rita de Carvalho, que fez uma investigação demorada, no terreno, no “Ban Portuguet” (Aldeia dos Portugueses em Ayuthaya), que seria para acompanhar as escavações, (financiadas em parte pela Gulbenkian) da Igreja de São Paulo, dos Jesuítas.
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A Rita, foi indicada (depois de ter lido o seu trabalho de umas centenas de páginas) pelo Embaixador Faria e Maya à Gulbenkian, acabou por ficar no caminho.
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Pouco depois, de partir, de Banguecoque a enviada da Gulbenkian e a Rita, pelo telefone o Miguel Castelo Branco informou-me que a senhora enviada pela Gulbenkian, não percebia nada de nada, sobre o “Ban Portuguet” e que a localizada igreja de S. Paulo, tinha sido (não é verdade) um templo budista.
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Teria aqui pano para mangas se fosse a citar o que deveria já ter sido feito e aquilo que ainda não foi efectuado, pela parte do Estado Português.
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Sei que há contenção orçamental, pela parte de Portugal e dinheiro não existe para despender com as celebrações, que estão à porta e a 9 meses de distância.
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O evento foi levado directamente ao grande público e a travessa, no seu comprimento total, “Pan” (onde a comunidade italiana viveu no final do século XIX e princípios de XX) na Rua da Silom, foi ali exibida a história da Itália na Tailândia, a exposição dos automóveis Ferrari das scooters, os vinhos, os queijos, a culinária e as massas.
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A cozinha italiana funcionou naquela travessa com uma extensão de uns 500 (mais ou menos) metros. Milhares de pessoas, num fim de semana, longo, caminharam por aquela travessa e ficaram (os que não conheciam) a saber do relacionamento de Itália com a Tailândia.
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Porém se as celebrações da chegada dos portugueses ao Reino do Sião não tiverem a festa que deveriam ter, por falta de verba é porque não houve vontade diplomática de dois embaixadores: Lima Pimentel e Faria e Maya de não terem criado um fundo que fosse destinado ao merecido brilhantismo das celebrações, sem encargos para o Estado Português.
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A Embaixada de Portugal em Banguecoque, é uma missão rica e a única, no Mundo, que possui um “Saco Azul”, onde poderiam ter sido retirado uns milhares de euros, todos os anos e ter um montante significativo para levar Portugal, em conjunto com a Tailândia, à rua e vender a imagem e a história dos dois países, amigos, ao grande público.
Voltarei ao assunto em altura oportuna.
José Martins
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