Somos aquilo que sempre hajamos sido. Não mudaremos mesmo com o ladrar dos cães.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
A CRISE NÃO DÁ PARA FAZER FILHOS EM PORTUGAL...!!!
Mas perguntem aos "gajos", que governaram os portugueses desde o 25 de Abril de 1974, qual a razão porque não foi incentivada a demografia deste pobre país com tendência a desaparecer a raça lusitana e dar lugar a outra. Nenhum dos "gajos" se achará culpado.... Pois claro é que esses "gajos" cagaram-se para a demografia, o desenvolvimento rural, industrial e seguiram, como imbecis, a cheirar o rabo dos dirigentes de países ricos da União Europeia. - José Martins
Portugal teve a taxa de natalidade mais baixa de sempre no ano passado
Fernanda Fernandes / Rui Cardoso / Cristina Gomes
No ano passado, Portugal teve a taxa de natalidade mais
baixa de sempre. Registaram-se cerca de 90 mil nascimentos. Acentua-se
assim a tendência das últimas décadas, o envelhecimento dos portugueses.
KAOS:Um To-Zé pouco seguro
Continuando na ressaca do ano novo e uma vez mais aproveitando um dos bonecos que ficou por publicar desta vez do António José Seguro, o suposto putativo próximo Primeiro Ministro desta democracia de alterne. Deveria talvez por isso estar satisfeito, mas sendo ele mais um jotinha daqueles que a única vida que conhece é a avida de um partido não devemos esperar muito dele. Nem ele parece realmente esperar muito dele próprio tal é a sua cara de menino com lágrima.Este país tem de mudar, de destino e também de gente que tudo o que deseja é poder. Encontrar alternativas, não só de pessoas, mas sim de ideias, de novos caminhos e novas soluções. Um caminho que só pode ser trilhado, evitando a ideia dos salvadores que tantas vezes se transformam em ditadores, se for feito pelas pessoas numa nova forma de democracia mais directa e participativa. Essa é a resposta agora falta fazermos todas as perguntas que faltam e ver como as encaixamos nela.
A VOZ DO HOMEM - BAPTISTA BASTOS
Resistir,
nunca desistir
por BAPTISTA-BASTOS
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Entrámos no ano de todos os perigos e de todos os medos.
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Os seus
apaniguados, contentíssimos, aplaudiram as declarações, considerando-as sinal
de honrada "transparência".
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Esqueceram-se, evidentemente, de que, à
esquerda e à direita, gente altamente qualificada e sensata já advertira da
tragédia próxima.
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E Passos Coelho
continua a não reconhecer, claramente, o que a aplicação da ideologia
neoliberal nos tem feito.
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Nem o que essa ideologia significa de risco para a
própria democracia, cada vez mais acanhada até ao ponto de constituir uma
humilhação e um desespero intoleráveis para quem nela acredita.
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O ano traz,
portanto, malvados prenúncios. E, embora sabedor da nociva sorte que nos
aguarda, Passos Coelho não move uma palha para inverter a funesta tendência.
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Não move ou não
sabe mover. A representação do poder demonstra enorme desprezo pelos protestos
de rua, pelos movimentos de massas (o 15 de Setembro testemunhou a recusa da
apatia e da resignação, pelas razões que em si mesmo comportava), pelos
depoimentos e pelas declarações veementes de economistas, sociólogos,
políticos, alarmados com o caminho para o desastre a que o País é impelido.
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Interpelado sobre se a população aguenta o caudal de restrições, impostos e
constrangimentos, o banqueiro sr. Ulrich admitiu: "Aguenta!
Aguenta!", num escabroso convencimento, a roçar o insulto e o impudor.
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É em criaturas
deste jaez e estilo que o primeiro-ministro se apoia, pois elas mesmas
caracterizam um dos pilares em que assenta a ideologia que defende.
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A ideologia. Eis a
questão capital. E o novo paradigma político e social, que nos tem sido
imposto, inscreve--se nessa nova experiência do capitalismo, como emergência de
sair da crise por si criada.
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A regressão a que
Pedro Passos Coelho nos obrigou contém uma incerteza dramática, que o atinge,
atingindo-nos cruelmente. Ele abriu a caixa de Pandora e, agora, não sabe como
fechá-la.
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É um tonto
perigosíssimo. Arruinou a pátria, não somente a pátria política, social e
económica mas, sobretudo, a pátria moral. Nem daqui a duas ou três décadas o
desastre será remediado, diz quem sabe.
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O nefasto
"rotativismo" ocultará ou dissimulará os erros e os crimes cometidos.
Ninguém vai parar à cadeia, porque eles protegem-se uns aos outros, com o
impudor de quem se reconhece acima de deus e do diabo.
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É pungente
assistir-se às torções do PS, como aos embustes, ao vazio de sentido dos
discursos do PSD.
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Não desejo referir-me, neste texto, ao dr. Cavaco, por nojo e estrito resguardo mental.
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Não desejo referir-me, neste texto, ao dr. Cavaco, por nojo e estrito resguardo mental.
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Desejo, isso sim,
demonstrar o orgulho e a vaidade que sinto por pertencer a um povo como este,
sofrido, cercado, mas decente e indomável.
TAL PAI E TAL FILHO.... QUEM SAI A SEUS NÃO ERRA!
O João teria que voltar ao Boavista... O João teria que rebentar com o resto (o que ainda não estoirou) no club do Bessa... O "videirolas" do Zé Lelo estará com o João!
João Loureiro toma posse como presidente do Boavista
João Loureiro toma hoje posse como presidente do
Boavista. O novo líder axadrezado foi o único candidato às eleições da
semana passada. João Loureiro recebeu 567 votos favoráreis, em 574
votantes. O primeiro grande objetivo do presidente eleito é chegar a
acordo com os vários credores do clube. O novo presidente regressa ao
Boavista cinco anos depois de ter deixado o emblema axadrezado.
PARASITISMO NACIONAL

«A MÃO NO SACO»
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«Uma pessoa entra no mundo das fundações (de qualquer género) e fica
estupefacta com a desordem e a estranha ambiguidade a que ele chegou.
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Que se trata de meter a mão no saco do Estado e no bolso do contribuinte: nenhuma dúvida. Mas não se esperava os requintes de invenção e tortuosidade da coisa.
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O assunto, em que a imprensa mal tocou, merecia um livro de mil páginas não um artigo de 30 linhas.
Comecemos pela Gulbenkian.
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Mas quem me explica a mim por que misteriosa razão a Gulbenkian (que é uma das fundações mais ricas da Europa) recebeu do Estado, entre 2008 e 2010, 13 483 milhões de euros?
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E quem me dá uma justificação aceitável do facto inaceitável de a Gulbenkian continuar a ser uma "fundação pública de direito privado", em vez de ser, numa sociedade democrática, simplesmente uma fundação de direito privado, quando com o estatuto que tem agora o governo pode, quando quiser, "designar ou destituir a maioria dos titulares dos órgãos de administração"?
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E quem me explica a inexplicável existência da Fundação Caixa Geral de Depósitos (a Culturgest)? Não é a Caixa um banco do Estado? Não há no Estado uma Secretaria ou um Ministério da Cultura?
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Ou a existência da Fundação Batalha de Aljubarrota (que nos gastou desde 2008 a 2010, um milhão e 900 mil euros) dedicada a "reconstruir" (palavra de honra) o "campo militar" e as "circunstâncias" (não estou a inventar) desse memorável combate (que, de resto, a tropa inglesa ganhou por nós?
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Ou a da Fundação Navegar (800 mil euros no mesmo prazo), que pretende o "desenvolvimento cultural artístico e científico de Espinho"?
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Ou a Fundação Carnaval de Ovar (750 mil euros), que sempre foi, como se sabe, um acontecimento mundial?
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Ou dezenas de outras fantasias, quase todas sem o mais leve senso e todas sem o mais leve escrúpulo. Este espaço não basta para contar e analisar a história aberrante das fundações. Mas basta para dizer que o Estado (ou seja, a maioria dos governos democráticos) deixou crescer este monstro e o alimentou durante mais de 30 anos, sobre as costas do cidadão que hoje resolveu patrioticamente espremer.»
Vasco Pulido Valente, Público
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Que se trata de meter a mão no saco do Estado e no bolso do contribuinte: nenhuma dúvida. Mas não se esperava os requintes de invenção e tortuosidade da coisa.
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O assunto, em que a imprensa mal tocou, merecia um livro de mil páginas não um artigo de 30 linhas.
Comecemos pela Gulbenkian.
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Mas quem me explica a mim por que misteriosa razão a Gulbenkian (que é uma das fundações mais ricas da Europa) recebeu do Estado, entre 2008 e 2010, 13 483 milhões de euros?
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E quem me dá uma justificação aceitável do facto inaceitável de a Gulbenkian continuar a ser uma "fundação pública de direito privado", em vez de ser, numa sociedade democrática, simplesmente uma fundação de direito privado, quando com o estatuto que tem agora o governo pode, quando quiser, "designar ou destituir a maioria dos titulares dos órgãos de administração"?
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E quem me explica a inexplicável existência da Fundação Caixa Geral de Depósitos (a Culturgest)? Não é a Caixa um banco do Estado? Não há no Estado uma Secretaria ou um Ministério da Cultura?
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Ou a existência da Fundação Batalha de Aljubarrota (que nos gastou desde 2008 a 2010, um milhão e 900 mil euros) dedicada a "reconstruir" (palavra de honra) o "campo militar" e as "circunstâncias" (não estou a inventar) desse memorável combate (que, de resto, a tropa inglesa ganhou por nós?
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Ou a da Fundação Navegar (800 mil euros no mesmo prazo), que pretende o "desenvolvimento cultural artístico e científico de Espinho"?
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Ou a Fundação Carnaval de Ovar (750 mil euros), que sempre foi, como se sabe, um acontecimento mundial?
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Ou dezenas de outras fantasias, quase todas sem o mais leve senso e todas sem o mais leve escrúpulo. Este espaço não basta para contar e analisar a história aberrante das fundações. Mas basta para dizer que o Estado (ou seja, a maioria dos governos democráticos) deixou crescer este monstro e o alimentou durante mais de 30 anos, sobre as costas do cidadão que hoje resolveu patrioticamente espremer.»
Vasco Pulido Valente, Público
ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/#ixzz2Gp9OVuaY
UMA DA CANALHA ENXERTADA EM CORNO DE CABRA!
Este é o resultado de uma campanha brutal do
Windows 8 que teve lugar no passado dia 7 de Dezembro na Fnac do Chiado. Toda a
campanha está excelente, mas o final é sem dúvida a “cereja no topo do bolo”.
O momento fala por si… confere e partilha!
KAOS: O Novo Ano Velho do Passos Coelho
Este é mais um daqueles posts que custa a justificar porque é feito.
Na prática é o querer aproveitar um boneco que fiz para a noite da passagem de ano mas que por ter feito posteriormente outro que me pareceu mais adequado acabou por ficar de fora.
O que falta agora é arranjar uma justificação porque o publico só no dia 2 e até agora ainda não me lembrei de nenhuma que me pareça minimamente credível.
Certo é que o Passos Coelho, contrariamente à maioria dos portugueses teve razões para festejar a chegada do novo ano, porque com ele chegam também novos impostos, mais despedimentos, menos estado social e menos direitos para os cidadãos e trabalhadores.
Na verdade isso sempre foi o que defendeu e, mesmo na campanha eleitoral enquanto mentia com todos os dentes em relação às medidas que iria tomar era evidente que era um país sem direitos e sem estado social que pretendia alcançar.
A pobreza a que disse que nos tínhamos de conformar já ai está, a emigração dos nossos mais qualificados jovens e técnicos que defendeu também, os serviços públicos emagrecem de dia para dia em pessoal e qualidade e já tem prometido mais um corte de quatro mil milhões, (mais 8 mil milhões num plano B que sempre foi o A) nos serviços do Estado.
Este é o Primeiro-ministro que devia estar preocupado com as condições de vida dos seus cidadãos, com o desemprego que sobe a um ritmo assustador, com a miséria que alastra mas só se interessa pela aplicação de uma ideia e de uma ideologia que lhe incutiram quando era um jotinha do PSD.Um imbecil que chegou onde chegou sem nunca realmente ter trabalhado na vida, que de golpes, intrigas palacianas e compadrios tem a escola toda, (nisso o Relvas foi um bom professor), mas que da vida dos cidadãos honestos não entende nada.Parece-me que fica bem republicar aqui um outro boneco que publiquei pouco tempo após a sua eleição e que agora me parece vir a propósito.
O Castelo da D. Chica - Palmeira - Braga
Um País arruinado e a cair em ruínas....vejam...
From: José João Roseira
Foi mais uma ruinosa
aventura há já muito desejada, pois este edifício constitui um dos mais
faustosos e magnificos exemplos da arquitectura arte nova jamais
construídos.
Tive ainda o privilégio de ser acompanhado por três novos amigos, que além da fotografia e das ruínas, cultivam valores cada vez mais raros nos dias de hoje, o que enriqueceu em muito o meu património emocional.
Não me vou desta vez debruçar muito sobre a história deste edifício, nem tampouco na sua arquitectura, pois estas descrições podem ser encontradas com facilidade neste mundo cibernético e estaria a plagiar ou reescrever tudo o que já foi dito e escrito.
Embora esta magnífica estrutura seja de um invulgar valor arquitectónico, e tenha sido traçado por um dos mais prestigiados arquiectos do seu tempo, Ernesto Korrodi, é um "elefante branco" que mancha a nossa história e reputação como povo civilizado.
O Castelo da D. Chica, não é propriamente uma ruína embora para lá caminhe. É sim, um desafortunado e devoluto edifício que espelha um espírito bem lusitano que o vitimou pela megalomania, pela burocracia, pela especulação e novo-riquismo.
Ao observarmos o seu breve percurso de quase cem anos, aqui encontramos vários erros humanos que o condenaram, tornando-o num belíssimo exemplo da crise que assola nosso amado e abandonado País.
Foi edificado nos "Gloriosos anos da Grande Guerra", conforme uma inscrição sobre a sua nobre entrada, obedecendo a um caderno de encargos em que nenhum gasto foi poupado, pois estava em jogo o ego da sua rica proprietária, a famosa D. Chica, herdeira de uma grande fortuna brasileira, que o idealizou para as suas faustosas festas e fantasias.
Pela separação do seu marido, casou com o amante de quem teve um filho, tendo sido o projecto nessa altura abandonado. Mais tarde voltou para a sua terra natal, onde veio a falecer já da década de 1960.
Mudando várias vezes de mãos, o castelo nunca foi devidamente acabado, pois as infindáveis burocracias e entraves autárquicos com que se depararam os seus proprietários, deitaram a perder esta jóia de arquitectura, impedindo o seu progresso como "Mansão Filosofal", logrando as nobres intenções de cada um dos frustrados donos.
Como sabemos, um edifício desta índole é essencialmente valorizado pela riqueza e acabamentos do seu interior, sobrepondo-se muitas vezes à exuberante fachada.
Tanto quanto se sabe, este era rico em madeiras, estuques, vitrais, ferragens, azulejaria, estatuária, cantarias e outros itens de grande valor artístico que o tornavam num valioso tesouro da autoria dos melhores mestres de cada ofício.
Foi mais tarde em 1990, adquirido por um valor simbólico pela junta de freguesia local, que cedeu quase de imediato a sua exploração a uma empresa do ramo hoteleiro, a IPALTUR, num contrato que claramente favorecia esta entidade em prejuízo da autarquia, em que o compromisso das obras de "requalificação" e aproveitamento cultural lhe conferiram inexplicáveis regalias.
Aquando a última intervenção que o transformou num suposto investimento turístico, todo o seu interior foi desventrado para fazer uma discoteca, com restaurante, salas de congressos e reuniões, tendo sido completamente desvirtuado de todo o seu explendor.
Após as ditas obras não restaram sequer vestígios do seu primitivo projecto, todo este espólio se perdeu para sempre, inclusive os planos originais...
É caso para indagar, onde estavam os zelosos autarcas que em dada altura impediram a continuação do projecto inicial?
Como foi possível tão grande barbárie que matou este belo edifício e empobreceu todo o País?
Creio que nem um chimpanzé autista seria capaz de licenciar um projecto tão condenatório no ponto de vista moral e patrimonial, quanto mais doutores, engenheiros e outras pardas sumidades autárquicas e governamentais...
Embora o Castelo da D. Chica tenha sido reconhecido em 1985 como Imóvel de Interesse Público, não houve nenhum impedimento em realizar tamanha e tacanha obra de vandalismo e de lesa património, como se pode concluir pela devassidão de tão valioso espólio, e pelas licenças necessárias e concedidas pelas diversas entidades (in)competentes...
Alguém deveria pagar bem caro por abuso de poder ou por negligência...e quiçá, corrupção!!!
Noutro País seria feita uma rigorosa investigação a todo este processo, codenando com justiça todos os intervenientes, fazendo deles um exemplo para todas as gerações futuras...
Poderemos também e a avaliar pelo seu curto percurso de vida, que houve gestão danosa, pois os processos em tribunal por falta de pagamento, levaram muitos fornecedores ao desespero e enterraram bem fundo qualquer hipótese de revitalizar este empreendimento que animava as noites bracarenses.
Muitas vezes estes projectos de sucesso imediato, criam a ilusão de uma alegada falsa fortuna que é depauperada por níveis de vida exorbitantes e sinais exteriores de riqueza entre outras futilidades, não antevendo um declínio natural do negócio, pelo facto de simplesmente passarem de moda.
É igualmente difícil de entender porque é que esta propriedade foi hipotecada por essa empresa com o acordo do seu legítimo proprietário (Junta de Freguesia), para cobrir as dívidas a inúmeros fornecedores da concessionária, tendo apenas a CGD sido a única ressarcida dos valores acumulados pela aquisição do imóvel...
Nem o negócio da Bragaparques com a permuta de terrenos em Lisboa foi tão mau e lesivo, há que tirar o chapéu a estes negociantes e advogados que conduzem o País à ruína...
O castelo encontra-se hoje à venda pela módica quantia de 2.5 milhões de euros, o que é mais uma grave situação de especulação imobiliária digna de um país do terceiro mundo...
Quem quiser investir num imóvel deste calibre, encontrará em França castelos à venda por menos de metade do preço com o dobro das condições, o que nos leva a pensar uma vez mais na pequenez e na megalomania do nosso mercado imobiliário.
Enquanto isso, a D. Chica-ca assustou-se-se perante este rocambolesco cenário e certamente andará às voltas no seu túmulo, enquanto o seu gato berrará: Isto é o cúmulo!!!
Tive ainda o privilégio de ser acompanhado por três novos amigos, que além da fotografia e das ruínas, cultivam valores cada vez mais raros nos dias de hoje, o que enriqueceu em muito o meu património emocional.
Não me vou desta vez debruçar muito sobre a história deste edifício, nem tampouco na sua arquitectura, pois estas descrições podem ser encontradas com facilidade neste mundo cibernético e estaria a plagiar ou reescrever tudo o que já foi dito e escrito.
Embora esta magnífica estrutura seja de um invulgar valor arquitectónico, e tenha sido traçado por um dos mais prestigiados arquiectos do seu tempo, Ernesto Korrodi, é um "elefante branco" que mancha a nossa história e reputação como povo civilizado.
O Castelo da D. Chica, não é propriamente uma ruína embora para lá caminhe. É sim, um desafortunado e devoluto edifício que espelha um espírito bem lusitano que o vitimou pela megalomania, pela burocracia, pela especulação e novo-riquismo.
Ao observarmos o seu breve percurso de quase cem anos, aqui encontramos vários erros humanos que o condenaram, tornando-o num belíssimo exemplo da crise que assola nosso amado e abandonado País.
Foi edificado nos "Gloriosos anos da Grande Guerra", conforme uma inscrição sobre a sua nobre entrada, obedecendo a um caderno de encargos em que nenhum gasto foi poupado, pois estava em jogo o ego da sua rica proprietária, a famosa D. Chica, herdeira de uma grande fortuna brasileira, que o idealizou para as suas faustosas festas e fantasias.
Pela separação do seu marido, casou com o amante de quem teve um filho, tendo sido o projecto nessa altura abandonado. Mais tarde voltou para a sua terra natal, onde veio a falecer já da década de 1960.
Mudando várias vezes de mãos, o castelo nunca foi devidamente acabado, pois as infindáveis burocracias e entraves autárquicos com que se depararam os seus proprietários, deitaram a perder esta jóia de arquitectura, impedindo o seu progresso como "Mansão Filosofal", logrando as nobres intenções de cada um dos frustrados donos.
Como sabemos, um edifício desta índole é essencialmente valorizado pela riqueza e acabamentos do seu interior, sobrepondo-se muitas vezes à exuberante fachada.
Tanto quanto se sabe, este era rico em madeiras, estuques, vitrais, ferragens, azulejaria, estatuária, cantarias e outros itens de grande valor artístico que o tornavam num valioso tesouro da autoria dos melhores mestres de cada ofício.
Foi mais tarde em 1990, adquirido por um valor simbólico pela junta de freguesia local, que cedeu quase de imediato a sua exploração a uma empresa do ramo hoteleiro, a IPALTUR, num contrato que claramente favorecia esta entidade em prejuízo da autarquia, em que o compromisso das obras de "requalificação" e aproveitamento cultural lhe conferiram inexplicáveis regalias.
Aquando a última intervenção que o transformou num suposto investimento turístico, todo o seu interior foi desventrado para fazer uma discoteca, com restaurante, salas de congressos e reuniões, tendo sido completamente desvirtuado de todo o seu explendor.
Após as ditas obras não restaram sequer vestígios do seu primitivo projecto, todo este espólio se perdeu para sempre, inclusive os planos originais...
É caso para indagar, onde estavam os zelosos autarcas que em dada altura impediram a continuação do projecto inicial?
Como foi possível tão grande barbárie que matou este belo edifício e empobreceu todo o País?
Creio que nem um chimpanzé autista seria capaz de licenciar um projecto tão condenatório no ponto de vista moral e patrimonial, quanto mais doutores, engenheiros e outras pardas sumidades autárquicas e governamentais...
Embora o Castelo da D. Chica tenha sido reconhecido em 1985 como Imóvel de Interesse Público, não houve nenhum impedimento em realizar tamanha e tacanha obra de vandalismo e de lesa património, como se pode concluir pela devassidão de tão valioso espólio, e pelas licenças necessárias e concedidas pelas diversas entidades (in)competentes...
Alguém deveria pagar bem caro por abuso de poder ou por negligência...e quiçá, corrupção!!!
Noutro País seria feita uma rigorosa investigação a todo este processo, codenando com justiça todos os intervenientes, fazendo deles um exemplo para todas as gerações futuras...
Poderemos também e a avaliar pelo seu curto percurso de vida, que houve gestão danosa, pois os processos em tribunal por falta de pagamento, levaram muitos fornecedores ao desespero e enterraram bem fundo qualquer hipótese de revitalizar este empreendimento que animava as noites bracarenses.
Muitas vezes estes projectos de sucesso imediato, criam a ilusão de uma alegada falsa fortuna que é depauperada por níveis de vida exorbitantes e sinais exteriores de riqueza entre outras futilidades, não antevendo um declínio natural do negócio, pelo facto de simplesmente passarem de moda.
É igualmente difícil de entender porque é que esta propriedade foi hipotecada por essa empresa com o acordo do seu legítimo proprietário (Junta de Freguesia), para cobrir as dívidas a inúmeros fornecedores da concessionária, tendo apenas a CGD sido a única ressarcida dos valores acumulados pela aquisição do imóvel...
Nem o negócio da Bragaparques com a permuta de terrenos em Lisboa foi tão mau e lesivo, há que tirar o chapéu a estes negociantes e advogados que conduzem o País à ruína...
O castelo encontra-se hoje à venda pela módica quantia de 2.5 milhões de euros, o que é mais uma grave situação de especulação imobiliária digna de um país do terceiro mundo...
Quem quiser investir num imóvel deste calibre, encontrará em França castelos à venda por menos de metade do preço com o dobro das condições, o que nos leva a pensar uma vez mais na pequenez e na megalomania do nosso mercado imobiliário.
Enquanto isso, a D. Chica-ca assustou-se-se perante este rocambolesco cenário e certamente andará às voltas no seu túmulo, enquanto o seu gato berrará: Isto é o cúmulo!!!
