Tal como corre, a AICEP volta à tutela do ministro da Economia (Pires de
Lima + Paulo Portas), depois de dois anos na dependência dos Negócios
Estrangeiros... Claro que, de imediato, não faltou quem tratasse a ação
comercial externa como "diplomacia económica", a menina dos olhos do
ex-MNE e agora vice-PM.
.
Critérios são critérios, mas a dança é
perturbadora - perturbadora para embaixadas, consulado, para a máquina
do MNE e para os próprios utilizadores da rede da AICEP que anda de um
lado para o outro, a reboque, como se fosse propriedade privada dos
titulares, desfazendo a bondade do critério em que se insistiu durante
dois anos como a condição sine qua non de uma reforma que, afinal, não
foi nem é reforma.
Como são as coisas. Neste dia 25, faz precisamente 22 anos que o Banco
Europeu de Investimento emprestava a Portugal cerca de 155 mil milhões
de euros para a construção de infraestruturas viárias e ferroviárias.
Quem era primeiro-ministro? Cavaco Silva. E ministro das Finanças?
Miguel Beleza. E ministro dos Transportes? Joaquim Ferreira do
Amaral.Era o XI Governo Constitucional que tomou posse a 17 de agosto de
1987, sendo constituído pelo Partido Social-Democrata, com base nos
resultados das eleições de 18 de julho de 1987, e que terminou o seu
mandato a 31 de outubro de 1991. Os tempos de Dias Loureiro (Assuntos
Parlamentares), Mira Amaral (Indústria) e Arlindo de Carvalho (Saúde),
entre outros. Um dia memorável, este dia 25, para os que ensinam a
catequese de que os portugueses, nas duas últimas décadas, viveram acima
das suas possibilidades.
“Veja-se o exemplo dessa personagem que se dá pelo
nome de Rui Machete, um dos príncipes do cavaquismo que agora desempenha as
funções de olheiro presidencial no governo de Portas que para inglês ver é
liderado por Passos Coelho. O homem ganhou um bom dinheiro com a SLN/BPN e
quando questionado sobre esta passagem que de tão vergonhosa até a eliminou
currículo, acusa todos os outros de podridão! O quê, podres são os honestos que
ousam questionar o comportamento de quem participa em negócios duvidosos e até
foi alvo de comentários pouco dignos da parte da embaixada dos EUA?”
Os gregos não têm aproveitamento porque são maus alunos. Portugal é
bom aluno e falha na mesma. O que, na verdade, significa que Portugal
não é bom aluno. O estudante que cumpre todos os seus deveres e mesmo
assim não atinge os objectivos não é bom aluno. É burro. Portugal é
burro. Esta é a dura realidade.
Os
capitães de Abril livraram-nos do fascismo político; .Paulo Portas livrou-nos
do fascismo semântico.
. Recordo
a longa noite da opressão dos verbetes, os anos negros em que significações
dicionarizadas por académicos obscuros impunham a sua lei sobre o nosso
discurso.
. Havia
pequenos redutos de liberdade, porque alguns vocábulos conseguiam ter mais do
que um sentido, mas a polissemia sempre ficou aquém das aspirações dos
verdadeiros democratas linguísticos.
. Até
que, finalmente, chegou o dia inicial, inteiro e limpo da omnissemia. Por
enquanto, só com uma palavra mas todos sentimos que a trombeta da liberdade já
soou.
. Irrevogável
é o que nós quisermos. Ofereçamos a este termo os significados que ele pode ter
que, aparentemente, são todos. É o que pretendo fazer a partir de agora.
. Qualquer
pessoa minimamente irrevogável não deixará de prestar a sua homenagem ao modo
como Paulo Portas libertou a palavra das grilhetas do sentido único enquanto
outros, que se afirmam amantes da liberdade, permaneciam amorfos, em casa,
coçando ignobilmente os irrevogáveis.
. É
absolutamente irrevogável que certas pessoas, além de não reconhecerem a
coragem e a irrevogabilidade de Paulo Portas na luta contra o autoritarismo da
significação vocabular, ainda tenham tentado fazer uma tempestade num copo
d'irrevogável, tomando por vigarice aquilo que é combate abnegado pela
libertação de 280 milhões de falantes da irrevogável língua portuguesa.
. Aqueles
que se esforçaram por denegrir a conduta de Portas neste processo são
simplesmente não tenhamos medo da palavra irrevogáveis.
. Desculpem
a linguagem, mas às vezes temos de ser duros. É gente de uma falta de
irrevogabilidade a toda a prova. Quando,
para irrevogabilidade de todos, o primeiro irrevogável levou uma proposta de
Governo ao Presidente da Irrevogável em que Portas não só estava presente como
tinha poderes reforçados, caiu o Irrevogável e a Trindade, bradou-se
aqui-d'el-irrevogável, que isto é uma vergonha.
. No
entanto, Portas é um político experimentado, e não permite que os críticos
ponham o irrevogável em ramo verde. São muitos anos a virar irrevogáveis, a
verdade é essa.
. Podem
tirar o irrevogavelzinho da chuva, que não é assim que o apanham. Ainda bem.
Espero que Portas continue a prestar estes serviços ao nosso idioma por muitos
e irrevogáveis anos.
. Que
tudo isto seja uma lição para nós porque e parece-me fundamental reter esta
ideia quando um irrevogável é irrevogável, não há irrevogáveis que o revoguem.
Aconteceu, hoje, na cidade de Banguecoque
(Tailândia) num parque zoológico onde vivem, centenas de lagartos, grandes, e
alguns aproveitados em espectáculos para o turista ver. O domador que já
efectuou dezenas de exibições, sem o lagarto apertar os maxilares, hoje esteve
em dia azar cujo aperto lhe custou 30 pontos para lhe suturar os ferimentos, na
cabeça, provocados pelo nojento réptil.
O
novo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, foi
presidente ao longo de vários anos do conselho superior da Sociedade Lusa
de Negócios (SLN), a proprietária do Banco Português de Negócios (BPN). Nasua qualidade de ex-presidente da Fundação
Luso-Americana, Rui Machete esteve ligado ao Banco Privado Português
(BPP), onde foi membro também do conselho consultivo.
O antigo
presidente da Comissão Política do PSD e ex-vice-primeiro-ministro do Governo
do Bloco Central (PSD/CDS) e novo ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros considerou que as críticas de que é alvo por ter exercido funções
na Sociedade Lusa de Negócios (SLN), dona do BPN, são reflexo da “podridão dos
hábitos políticos” e acrescentou que está de consciência tranquila “há
muitos anos”.
Realmente
esta gente é tão mázinha. Coitado do homem só porque fazia parte do conselho
superior sabia lá agora das trafulhices. Ele até só aceitou o cargo porque lhe
pediram e tinha lá amigos com quem gostava de tomar uns copos. O Duarte Lima, O
Dias Loureiro e até o Oliveira e Costa.
Tudo bons amigos com quem partilhou o
governo. O Homem andava lá a dormir e não se deu conta de nada. Só lhe faltam
as asas para ser um anjinho e a nós o dinheiro para pagar o roubo. E estar nos
conselhos dos dois bancos onde a roubalheira foi à descarada e que andamos a
pagar é só uma coincidência. Um mero acaso.